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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

"Vou continuar ampliando os gastos públicos em Educação, Saúde e Segurança", diz Tarso Genro

Eleito em 2010 ainda no primeiro turno, o que até então era inédito no Rio Grande do Sul, o atual governador e candidato a reeleição Tarso Genro, do Partido dos Trabalhadores (PT), é o terceiro entrevistado da série que vai ao ar no blog Gazeta Gringa desde a última segunda-feira (15).

Gaúcho de São Borja, na Fronteira Oeste, Tarso tem 67 anos e é formado em Direito e Jornalismo. Pai de duas filhas, iniciou sua trajetória em 1968, quando, ainda filiado ao PMDB, foi eleito vereador em Santa Maria, no Centro do Estado. 

Em 1988, já no PT, foi eleito vice-prefeito de Olívio Dutra em Porto Alegre para, cinco anos depois, ser eleito prefeito, cargo que ocupou até 1997 e em uma nova ocasião, de 2001 a 2002. 

Em 2004, assumiu o Ministério da Educação a convite do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No ano seguinte, foi ministro da Justiça, cargou que ocupou até o inicio de 2010, renunciando para concorrer ao Palácio Piratini. 

:: TARSO FERNANDO HERZ GENRO
Coligação: Unidade Popular pelo Rio Grande (PT/PCdoB/PTB/PR/PROS/PTC/PPL)
Nascimento: 06/03/1947
Número: 13
Vice: Abgail Pereira (PCdoB)

Leia abaixo a entrevista com Tarso Genro:

Gazeta Gringa: Por que o senhor se candidatou ao governo do Rio Grande do Sul? No seu caso, por que tentar a reeleição?
Tarso Genro: Porque os meus companheiros decidiram, por unanimidade, que o meu nome era o mais adequado para seguir o nosso projeto de transformação do Rio Grande.

Gazeta Gringa: Faça um panorama dos seus, até aqui, três anos de governo.
Tarso: Cumprimos, até o momento, 75% das nossas metas propostas na Carta aos Gaúchos na ultima eleição. A partir desse dado, é possível fazer uma avaliação positiva do nosso governo. Hoje, o Rio Grande não é mais o mesmo. Ainda temos muito o que fazer, mas já iniciamos a grande mudança que o Estado precisa. Estamos crescendo e promovendo o desenvolvimento com inclusão.

Gazeta Gringa: Qual o maior problema deixado pela gestão anterior a sua e qual o maior problema atual do Rio Grande do Sul? 
Tarso: Os problemas deixados pelas gestões anteriores foram muitos, mas um dos que nos custou muito a resolver são os projetos de obras nas estradas. Pretendíamos concluir todos os acessos municipais até o final do nosso mandato, mas isso não será possível não por falta de recursos, mas por problemas em projetos antigos, mal feitos. Concluiremos 44 acessos até o final do ano e deixaremos os demais encaminhados. 

Gazeta Gringa: O senhor aumentou o salário dos professores em 76%, em um aumento nunca dado antes por nenhum outro governador do Rio Grande do Sul, segundo você mesmo reitera. Recentemente, por decisão da Justiça, o Estado se comprometeu a pagar o adicional noturno aos professores que trabalham depois das 22h. Mesmo assim, as pedras no sapato de sua gestão são o não cumprimento da Lei do Piso e a reforma no Ensino Médio. Em uma possível reeleição, como o senhor irá tratar estas polêmicas questões? Será possível pagar o Piso? O Politécnico será extinguido ou melhor trabalhado junto com em discussão com as comunidades escolares?
Tarso: A maioria dos professores reconhece o esforço do povo gaúcho para possibilitar que, enquanto o índice de correção do Piso Nacional ainda é objeto de discussão na Justiça, nenhum professor gaúcho receba menos que o valor do Piso. Dessa forma, demos o maior aumento salarial da história do magistério gaúcho e ainda não chegamos no valor ideal. Se o Supremo decidir manter o Piso corrigido pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), só conseguiremos atingir o Piso se o governo federal nos repassar recursos do pré-sal, por exemplo. Valorizamos os professores, contratamos novos profissionais, reformamos o ensino e recuperamos a rede física das escolas. Isso está dando resultado. O Ideb divulgado recentemente é um exemplo: o Rio Grande do Sul saltou da 11ª para a 2ª colocação no ranking nacional do ensino público.

Gazeta Gringa: Em seu governo, o senhor conseguiu investir os 12% ordenados por lei na área da saúde? Sabemos que houve um crescimento das equipes do programa Saúde da Família e reformas de diversos hospitais no interior, além da construção de um novo na Restinga, Zona Sul da capital, e da inauguração da unidade de oncologia do Hospital Geral, em Caxias, para citarmos dois exemplos. Porém, um dos maiores problemas da área é o déficit de vagas no Sistema Único de Saúde (SUS). Como o senhor pretende quebrar esta barreira? 
Tarso: Continuaremos refinanciando os hospitais para possibilitar a abertura de mais leitos pelo SUS, com atenção especial para os hospitais filantrópicos, responsáveis por 70% dos atendimentos pelo SUS. Chegar aos 12% em saúde foi uma conquista histórica para o Rio Grande e manteremos e ampliaremos os investimentos em saúde em nosso próximo período.

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Gazeta Gringa: Dívida pública, tema polêmico também muito presente na discussão da situação atual e futura do Estado. Como está agora o processo da dívida? Caso seja reeleito, é possível que ela seja sanada até, pelo menos, o fim do segundo ano de sua nova gestão?
Tarso: Nós fomos o primeiro governo a conquistar o abatimento de R$ 15 bilhões da dívida pública do Estado. Conseguimos, em articulação com o governo federal, enviar um projeto ao Congresso que muda o índice de correção da dívida. Esse projeto já está aprovado na Câmara e em todas as comissões do Senado e com votação marcada no plenário para novembro, conforme garantiu a presidenta Dilma. A partir dessa mudança no indexador, vou liderar um novo movimento politico nacional para buscar a redução das parcelas da dívida.

Gazeta Gringa: A Serra Gaúcha ainda vive um grande problema de logística. A volta do trem regional e a construção do novo Aeroporto Regional em Vila Oliva, no interior de Caxias do Sul, ainda estão no papel. Além disso, estudos recentes mostram que a BR-116, no perímetro que passa pelo território caxiense, pode entrar em colapso em alguns anos. Quais são as suas propostas para combater os gargalos do transporte? Há recursos para isso? 
Tarso: Não há falta de recursos. Os problemas que tivemos são de ordem de projetos antigos, muitos com problemas graves que impossibilitaram o andamento normal das obras. Temos um plano de obras rodoviárias que será seguido. Na Serra, o Contrato de Restauração e Manutenção de Rodovias (Crema) está em andamento recuperando as rodovias. 


"Estamos crescendo e promovendo o desenvolvimento com inclusão"

Gazeta Gringa: Se reeleito, como o senhor irá se relacionar com as prefeituras? 
Tarso: Nós criamos uma secretaria específica para receber os prefeitos no Governo. O Gabinete dos Prefeitos foi responsável por comandar uma relação federativa com todos os prefeitos, independente de partido político.

Gazeta Gringa: Como o governo estadual pretende trabalhar, caso seja reeleito, para uma solução no conflito entre agricultores e indígenas, principalmente no Norte do Estado?
Tarso: O Estado já está atuando nessa questão fazendo o que está a seu alcance, já que a mediação é de responsabilidade do Ministério da Justiça. Eu fui o ministro da Justiça que mais demarcou terras indígenas. Aqui, estamos disponibilizando terras para ajudar nas negociações. 

Gazeta Gringa: Por que o senhor merece o voto dos gaúchos? Deixe suas considerações finais aos leitores do blog.
Tarso: Fizemos um governo de recuperação das funções públicas do Estado. Colocamos o Rio Grande novamente no caminho do desenvolvimento, do crescimento com inclusão e do atendimento com políticas públicas a quem mais precisa. Enquanto nossos opositores dizem que vão cortar gastos, venho defendendo o contrário: vou continuar ampliando os gastos públicos em educação, saúde e segurança. O Rio Grande não pode dar um passo atrás. 

Nota: A assessoria de Tarso, conforme havia sido combinando no momento em que a proposta de entrevista foi apresentada, há cerca de um mês, não enviou fotos do candidato respondendo aos questionamentos.

Agradecimento: Lucas Rohãn e Naira Hofmeister - Assessoria de Imprensa
Foto: Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

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